A revista online estadunidense Pitchfork, que já havia bem cotado o disco de 2016 da cantora, rasgou seda para seu último lançamento
“A lenda brasileira do samba, Elza Soares, tem 80 anos agora, e provavelmente não tem muitas outras octogenárias com um gogó tão primoroso. São poucos os que tentam e conseguem reinventar seus sons, radicalmente, como a cantora fez nos últimos dois anos”, comentou a Pitchfork.
Segundo a revista, em seu último álbum, de 2016, A Mulher do Fim do Mundo, [super bem contado pela Pitchfork], ela navegou pelo cenário de ruídos angustiantes, a raiva punk rock e ritmos afro-brasileiros. Neste mês, ela lançou mais um disco, Deus é Mulher, no qual ela continua a inovação de seu samba de ponta.
“Banho” é a primeira música de trabalho deste álbum. Segundo a Pitchfork, uma surreal ode a todos os corpos de água da natureza -entre eles, mares revoltos, piscinas cheias de lágrimas e saliva, e cachoeiras furiosas. Mantendo esse tema, a banda de apoio de Elza faz um furação cheio de batidas.
“As linhas de guitarra gemendo e a debandada de tambores são fortes quanto uma chuva súbita; os picos frios e picantes do sintetizador são arrepiantes”, disse a publicação.
“Manter-se no meio dessa tempestade está Soares, de algum jeito, elegante e violenta no mesmo fôlego: sua entrega é suave e controlada, mas seu tom de voz se enche de raiva”, acrescenta.
O fato da cantora estar na ativa desde os anos 1960 já é incrível, mas ainda mais é como ela continua um passo à frente, evoluindo a cada nova música.
Da redação com informações da Picthfork