[Por Natasha Ramos]
Entre o pós-punk e o shoegaze vive a banda estadunidense Chastity Belt, cujo último álbum, lançado neste ano, traz um novo tipo de agressividade e gravidade. As músicas delas recaem sobre um esforço psicológico na tentativa de apenas estar ok. Um pouco de feminismo nas letras, uma atitude foda e um som de responsa. Já ouviu a Chastity Belt? Não? Então se liga, que as minas comandam!
Quem: Julia Shapiro (guitarra e vocal), Lydia Lund (guitarra), Annie Truscott (baixo) e Gretchen Grimm (bateria) tocam um indie rock e indie pop de responsa. Muitas vezes, taxadas de feministas – apesar de elas dizerem que não tem uma “agenda feminista”, apenas falam de coisas que acontecem com elas – as moças fazem um som com uma abordagem humorística para estereótipos e costumes femininos com um toque de lirismo, desafiando as normas de gênero e feminilidade como uma construção.
De onde vem: A banda foi formada em Walla Walla (lembra da música do Offspring?), Washington, em 2010, mas atualmente elas moram em Seattle.
Quem vai gostar: fãs de sleater kinney, sonic youth, rock alternativo shoegaze e indie pop, sons melancólicos com linhas de guitarras nostálgicas.
O que já fizeram: Elas trazem na bagagem três álbuns de estúdio: No Regrets (2013), Time to Go Home (2015) e I Used to Spend So Much Time Alone (2017), os dois últimos lançados pelo selo independente de Seattle Hardly Art, que já lançou La Luz e a Colleen Green.
Por que ouvir: O álbum “Time to Go Home” foi indicado na época de seu lançamento em 2015 pela revista inglesa NME como um dos 9 grandes discos que você não poderia deixar de ouvir. No geral, os três discos da banda tem bons reviews da mídia especializada. Além disso, escute porque é divertido!
Por onde começar: Comece por “Different Now”, música de abertura do disco mais recente. Essa faixa é uma resposta da banda para algo que virá ao longo do disco. “I Used to Spend So Much Time Alone” esgueira-se por cantos escuros, explorando as profundezas do desespero e auto-aversão que a Chastity Belt apenas insinuou nos álbuns anteriores. Passe por “Cool Slut” (sobre as alegrias de sair por aí dormindo com desconhecidos) e “Pussy Weed Beer” (numa tradução livre: bocet*, erva e cerveja) que são divertidas, mas volte para ouvir o terceiro disco na íntegra, que traz uma Chastity Belt mais madura, com mais densidade e uma agressividade como a banda não havia soado ainda. Você vai encontrar um pouco de Real Estate, Slowdive e Joy Division lá.