O grande trunfo de Joanna Gruesome é reunir inúmeras influências – shoegaze, hardcore, twee, riot grrrl – com uma impressionante maestria e excelência.
[Por Nelson Antoine]
Quem: Joanna Gruesome: Banda que une a melodia do tweepop e seus vocais boy-girl com a agressividade e energia do hardcore/punk, passando pelos caminhos barulhentos e desconexos do noise.
De onde vem: Cardiff, no País de Gales, de onde tem saído boas bandas da cena indie-pop contemporânea do Reino Unido, como The School e Los Campesinos!.
Quem vai gostar: Fãs de The Flatmates, Allo Darlin’, My Bloody Valentine, Velocity Girl, indie-rock, indie-pop, noise, post hardcore.
O que já fizeram: A banda foi formada em 2010. Owen Williams (guitarra, vocal), Max Warren (baixo), George Nicholls (guitarra), Davi Sandford (bateria) conheceram Alanna McArdle (vocal) em um grupo de “anger management”, algo como uma terapia de grupo para o controle da raiva, destinado para os alunos que não tinham bom rendimento nas aulas do colégio em que estudavam. Lançaram o primeiro EP em 2011, sem título, disponibilizando-o gratuitamente pela internet e mesmo que gravado de uma maneira mais suja/lo-fi soa quase tão bem quanto o primeiro disco, por acabar transparecendo completamente o estilo noise/shoegaze da banda e suas raízes DIY (do it yourself). Em 2012 lançaram um compacto com duas novas músicas, “Do you really wanna know why yr still in love with me?” e “Lemonade Grrrl”, pela Happy Happy Birthday to Me (HHBTM) records, um selo norte-americano. Após o sucesso dos primeiros lançamentos e de diversos chamados para shows, um ano depois a banda lança o primeiro álbum intitulado “Weird Sister” (2013) pelo tradicional selo indie britânico Fortuna Pop!, que já lançou importantes e clássicas bandas da cena indie-pop como Tullycraft, Aislers Set, The Primitives, Tender Trap, The Wave Pictures entre outras. Em 2014 lançaram duas novas músicas “Jerome (liar)” e “Coffee Implosion” em um split com a banda Trust Fund, pela HHBTM.
Por que ouvir: O disco “Weird Sister” foi merecidamente considerado pela Pitchfork como um dos melhores álbuns da cena indie-pop do ano, unindo, em menos de meia-hora, a rebeldia do hardcore, a doçura do twee, gritos raivosos e letras que fazem referências a zumbis, livros de comics, sexismo e homofobia.
Por onde começar: Começe ouvindo o EP que foi gravado de uma maneira mais amadora, trazendo um clima mais cru, sujo e não deixa a desejar para o primeiro disco. Depois escute o disco de estreia “Weird Sister” do começo ao final, não existe nele uma música ruim. Mas, se delicie especialmente com os pontos altos como na faixa “Anti-Parent Cowboy Killers” que fala sobre roubar uma scooter e mergulhar com ela em um oceano, quando você deveria estar na escola estudando. Passeie pela perfeita junção entre o doce e o caótico em “Sugarcrush”. Seguindo com a que, para muitos, é a melhor do disco “Secret Surprise”, em que McArdle em meio a passagens meigas e melosas, grita com raiva: “I’ll make you talk if you don’t wanna / Haven’t showed enough to you / You want me so much you can’t breathe / I dream of pulling out your teeth!”.