Cantora inglesa falou ao Palco sobre “Sweet Sound Of Rock And Roll”, faixa que ganhou videoclipe recentemente
A londrina Victoria Harrison já tem 10 anos de carreira na música. Transitou com protuberância no meio da música eletrônica, sendo inclusive DJ da festa do Oscar. No rock, colaborou com artistas como Tommy Lee, do Motley Crüe e a banda Cradle Of Filth. Ainda assim, aqui no Brasil, ainda não é tão conhecida.
Neste ano de 2021, Victoria renasce sobre o nome Amazonica, alcunha inspirada na lenda brasileira da Vitória Régia. Seu mais recente lançamento é o videoclipe de “Sweet Sound Of Rock ‘n’ Roll“, faixa produzida por Luke Ebbin (Bon Jovi, Richie Sambora, Rival Schools) que antecipa disco a ser lançado neste ano e que é um ponto importante para a vida da cantora, tendo em vista a tamanha dificuldade para colocar este registro no mundo.
Amazonica vem com atitude e quer ser sua artista preferida e, se você quer conhecê-la melhor, confira a nossa entrevista com a artista:
Palco Alternativo: Quando ouvi e assisti o clipe de “Sweet Soud Rock ‘N’ Roll” fiquei muito feliz por ser uma música de atitude. Em que momento e como este estilo de música (para muitos um estilo de vida) adentrou em sua vida?
Amazonica: Sempre gostei de rock, desde quando eu que era muito jovem. Gosto muito de Nirvana, Nine Inch Nails e The Doors, bandas que conheci quando tinha 10 anos de idade. Depois disso adentrei no Punk, no Gótico, Metal, Glam Rock, Indie, rock alternativo e tudo isso essa é a base do meu gosto musical.
Quando eu tinha 10 anos passei a ler tudo sobre todas essas bandas e busquei aprender tudo que podia sobre o rock ‘n’ roll. Eu era uma estudante aplicada. Assim que ouvi essas bandas, senti que encontrei o meu lugar no planeta Terra.
Palco Alternativo: O videoclipe tem uma pegada bem retrô. Como foi trabalhar esta estética?
Amazonica: Tudo foi feito pela minha amiga, Layla, uma grande artista especialista em gravações. Eu queria filmar em Los Angeles durante o lockdown e liguei para ela, a fim de ver se conhecia alguém e, de modo propício, ela e o namorado, Killstation, tinham acabado de fazer um videoclipe para o rapper Craig Xen.
O vídeo era muito bom e, então, Layla topou dirigir o meu. Ela é famosa por usar filmes VHS e sua estética é muito semelhante à minha, então tudo ocorreu perfeitamente. É ótimo trabalhar com amigos desta forma criativa, o resultado é sempre melhor do que ter a inserção de uma grande gravadora com todos aqueles funcionários de escritório que não sabem absolutamente nada sobre música tentando dirigir sua arte. Estou feliz por estar à frente do meu próprio barco e de trabalhar com meus amigos.
Palco Alternativo: O seu nome artístico tem grande influência brasileira. Por que e como aconteceu a identificação com este nome?
Amazonica: Eu estava pesquisando no Google, tentando encontrar um nome de terminologia budista da Flor de Lótus e de renascimento, tendo em vista que minha mudança de nome realmente significava algo novo, como uma nova artista, uma pessoa mudada. Até que o Google incrivelmente me levou para uma página sobre a Victoria Amazonica (Vitória Régia em inglês), que é prima da Flor de Lótus.
Meu nome de batismo é Victoria e eu pensei que AMAZONICA soava como METALLICA. Além disso, a lenda ligada a ela é tão poética, com suicídio, renascimento, fama, a lua e as estrelas no céu. Realmente me tocou e agradeço ao Universo por entregar o nome perfeito para este novo capítulo da minha vida.
Palco Alternativo: O seu álbum, previsto para este ano, se chama “Songs From The Edge”. Por que este nome, o que seria este “limite”?
Amazonica: Eu escrevi este álbum no final dos meus dias de bebedeira e de drogas. Então, eu estava literalmente no limite para compor essas canções. Fiquei sóbria e gravei o disco durante minha primeira tentativa de recuperação. O álbum documenta aquela época da minha vida em que eu estava lidando com uma separação realmente dolorosa e chegando a um acordo com minha vida e meus vícios.
Palco Alternativo: De quando são as músicas que estarão no disco e por que você sente que este é o momento de lançá-las?
Amazonica: O álbum foi feito há muito tempo e a gravadora que me contratou na época nunca lançou o disco de forma adequada, pois queriam que eu assinasse minha publicação para eles de graça e fizesse um monte de histórias sobre minha vida louca e meus amigos famosos. Tudo isso para que os tabloides noticiassem e, assim, eles venderiam mais cópias do álbum. São coisas que eu nunca faria.
Havia uma cláusula no contrato dizendo que, sem minha permissão, eles não poderiam lançar o álbum. Sendo assim, tivemos um impasse que durou anos. Isso me machucou muito porque eu sabia como as músicas eram boas e ninguém estava conseguindo ouvi-las, mas eu não podia perder minha integridade pessoal.
A gravadora acabou fabricando algumas cópias e as vendeu sem minha permissão. Foi uma bagunça, mas eu fiz com que parassem com isso e, agora, depois de todos esses anos, consegui que meu advogado negociasse com eles para me dar os direitos do álbum e lançar para o mundo como eu quero, na MINHA gravadora, sob meu controle.
É realmente incrível porque o álbum soa tão novo, embora tenha sido gravado há um tempo atrás. Estou muito grata pela recepção e por quantas pessoas estão amando isso. Significa muito, tendo em vista a luta que travei apenas para lançá-lo ao mundo.
Palco Alternativo: Você é uma artista que transita em vários estilos musicais e já fez trabalhos importantes, como ter sido DJ da festa do Oscar e abrir uma turnê do Marilyn Manson. O que estas experiências agregam para o seu trabalho hoje em dia e quais são as suas ambições daqui para frente?
Amazonica: Eu sou muito grata pelas apresentações que fiz. Elas realmente mudaram toda a minha visão do mundo. Antes de começar a turnê com Manson eu era DJ em muitas festas de celebridades, que eram super glamourosas e lucrativas, mas eu estava tão entediada que senti que estava perdendo as coisas reais.
Assim que comecei a turnê, fiquei tão satisfeita porque a conexão e a transferência de energia que você sente com as pessoas fora daquele mundo são as maiores. Acho muito mais legal do que qualquer outra coisa. Estamos todos tentando escapar da monotonia desta vida que levamos e sentir algo, ir a algum lugar em nossas mentes, corpos e almas (e concertos) são a expressão perfeita de ser um ser humano mágico, que todos nós somos.
Depois da Covid, a minha ambição é fazer shows no Brasil e no resto da América do Sul. Já fiz na Europa e nos EUA, mas o público na América do Sul parece tão mágico que quero manter essa energia e levar a magia da Amazonica de volta para a origem do nome!
Palco Alternativo: Já sabemos da sua inspiração na lenda da Vitória-Régia. Além disso, você gosta de música brasileira, já ouviu alguma coisa?
Amazonica: Honestamente, não conheço muito, mas estou realmente ansiosa para aprender mais quando puder ir para o Brasil, adoro sons latinos. É algo que quero experimentar em futuras produções musicais e colaborações.
Palco Alternativo: Para terminar, para os brasileiros que ainda não conhecem a sua música, por que devemos ouvir Amazonica?
Amazonica: Porque estou prestes a me tornar sua artista favorita. Nós criaremos algo mágico quando pudermos nos reunir após a Covid, será um concerto insano. Venha comigo em minha jornada.