Disco lançado em setembro pela cantora nos traz questões humanas com toques tropicais
Em março de 2019 Amanda Magalhães tinha apenas dois singles nos serviços de streaming, “Fazer Valer” e “Vai Ouvir”. As faixas eram prenúncio de um futuro álbum. O disco chegou e se chama “Fragma”, porém as direções que Amanda tomou foram outras. Nenhum dos singles citados aqui estão entre as 9 músicas lançadas pela cantora no mês de setembro. Os caminhos apontaram para uma sonoridade mais leve, um soul moderno e orgânico ao mesmo tempo.
Porém, aquela mesma Amanda que encontrei no ano passado, na Vila Madelena, em São Paulo, faz-se ouvir em “Fragma”, pois é a Amanda que busca equilíbrio. Desde na lírica de canções como “Deixa Assim Por Ora”, faixa que versa sobre fugir de pensamentos ansiosos, como “Deixar Levar”, onde existe a busca por deixar dores do passado para trás.
Mesmo contendo canções onde os pontos centrais são as dores e as angústias humanas, “Fragma” é um disco de aquecer coração, pois é um álbum não só de leveza mas também da valorização do amor. Sentimento este que vem fácil em “Saiba” (parceria com Seu Jorge) e que também nos faz muito aprender, segundo o que diz “O Amor Te Dá”.
Na sonoridade, a forma em que o contra-baixo é marcante, as experimentações, o samba que entra em canções como “Quando A Chuva Acaba”, torna o disco ao mesmo tempo muito original, porém com diversos paralelos que podemos fazer, desde a música eletrônica do Daft Punk até nomes do atual R&B, como Jorja Smith e Amber Mark. O que difere é que Amanda Magalhães, que é a produtora de “Fragma”, nos traz também diversos toques tropicais e, sobretudo, de brasilidade que deixa o registro muito agradável.
Citando participações, temos Liniker, que empresta sua voz em “Talismã”; o já citado Seu Jorge, paceiro de composição e de voz em “Saiba” e Felipe Ludovico que assina composição junto com Amanda em “Ninguém Vê”e “Quando A Chuva Acaba”.
Ouça o disco: