O icônico compositor e artista Daniel Johnston faleceu na última quarta-feira (11/9) vítima de um ataque cardíaco, confirmou o jornal alternativo Austin Chronicle. Johnston tinha 58 anos.
O irmão do artista, Dick Johnston, contou à revista estadunidense Spin que “havia vários anos que nós estávamos lutando pela saúde de Daniel, e suas frequentes e longas estadias em hospitais amorteceram seus esforços criativos, mas ao longo [do processo] ele continuou desenhando e escrevendo canções”.
E continua: “nós esperávamos voltar ao ponto em que ele estaria estável e poderia apreciar coisas como fazer turnê. Ele havia acabado de voltar de uma estada recente no hospital e parecia (e aparentava) estar melhor do que eu havia visto ele em um bom tempo. Então, isso foi algo que nos pegou de surpresa”.
Johnston nasceu em Sacramento, Califórnia, em 1961. Suas aspirações musicais começaram no final dos anos 70, depois que ele comprou um boombox (um tocador de música portátil com gravadores de cassetes e rádio AM/FM) e começou a gravar suas músicas escritas em piano e chord organ (um tipo de órgão doméstico que possui um único teclado curto e um conjunto de botões de acordes). Esse estilo de produção improvisado daria lugar à estética e som lo-fi que marcariam sua carreira prolífica – Johnston se tornaria uma figura de proa no “movimento lo-fi”. Seu álbum de estréia, Songs of Pain, e o álbum seguinte More Songs of Pain foram gravadas completamente em um gravador de fita.
Depois de se mudar para Austin, Texas, a música de Johnston começou a chamar a atenção dos fãs e imprensa, graças, em parte, à ação de Johnston de distribuir suas fitas K7. Se por um lado, ele ganhou alguma exposição através de aparições na MTV em meados dos anos 80, por outro, sua maior revelação para o público aconteceu graças ao fato de que Kurt Cobain, do Nirvana, usava frequentemente uma camiseta estampada com a capa do álbum de Johnston Hi, How Are You – dado a Cobain pelo jornalista Everett True.
Na época, Johnston era residente em um hospital psiquiátrico onde estava após um episódio, no qual ele retirou as chaves do avião pilotado por seu pai – ele e seu pai escaparam do acidente com ferimentos leves. Apesar desse episódio, uma guerra de grandes gravadores começou para ver quem iria assinar com Johnston. Ele assinou contrato com a Atlantic em 1994 e posteriormente largou em 1996. Johnston continuou a escrever e gravar músicas até 2012, com o lançamento do que se tornaria seu álbum final Space Ducks – uma trilha sonora da história em quadrinhos de Johnston “Space Ducks: An Infinite Comic Book of Grandeza Musical” – e incluiu contribuições de bandas e artistas como Unknown Mortal Orchestra, Eleanor Friedberger, Deer Tick, Fruit Bats e Lavender Diamond.
Johnston foi o tema do documentário de 2005 intitulado “The Devil and Daniel Johnston”, que contou sua história de vida até aquele momento e descreveu vividamente seu transtorno bipolar. O filme foi aclamado pela crítica e recebeu o prêmio de direção de documentário no Sundance Film Festival de 2005. Em 2017, Johnston anunciou sua aposentadoria das apresentações ao vivo com uma turnê final curta.
Lembremos da vida de Johnston, revisando alguns momentos de sua carreira imensamente poderosa e prolífica:
Da redação com informações da Kexp.