A banda santista, um dos expoentes do hardcore nacional, apresentou faixas do EP “Acoustic Session on a Hot Day” além de outras versões acústicas do repertório de seus 25 anos de estrada
[Por Natasha Ramos]
“Começamos esse processo no final de Fast Relief [disco de 2015], quando lançamos uma bonus track de ‘Cortex’ versão acústica”, disse o vocalista e guitarrista do Garage Fuzz, Alexandre “Sesper” Cruz, nesta terça-feira (27), em show do projeto unplugged “Acoustic Session on a Hot Day”, que aconteceu no Sesc 24 de maio, no centro de São Paulo.
Antes disso, no entanto, em 2005, a banda já parecia estar flertando com o acústico, quando uma vinheta de violão fechava o disco “Morning Walk”.
“Sempre teve a ver com a gente, sempre ouvimos bandas como Husker Du e Lemonhead [que têm versões acústicas]… Tentamos fazer uma roupagem coerente com o nosso som”, comentou Sesper.
No começo, a banda parecia pouco confortável, explorando um território não tão familiar assim. Era a primeira vez que apresentavam ao público suas músicas “desplugadas”. Teve um momento em que os guitarristas Wagner Reis e Fernando Basseto, que assumiram os violões na apresentação, estavam ligeiramente dessincronizados. Mas, no decorrer do show, a banda foi ficando mais à vontade.
“Estamos só brincando aqui, brinquem aí com a gente”, disse, descontraído, o baixista Fabrício de Souza, quando Sesper anunciou que o bateria Daniel Siqueira ia deixar as baquetas um pouco de lado para assumir o terceiro violão na “Cortex”, que ganhou uma versão de arrepiar cada pelinho do corpo.
“House Rules”, cuja versão desplugada já constava no EP “Acoustic on a Hot Day” não poderia ficar de fora, assim como “Ignore List”, também presente no disco. “Wrapping Paper” ganhou uma versão sensacional com direito à arranjo do violoncelista Matheus Bellini, que foi convidado ao palco.
“The Morning Walk” foi outra que foi incrementada com linhas de violoncelo, e encerrou o curto show com chave de ouro. Apesar dos gritos de “mais um” da plateia, a banda teve que deixar o palco. “Até queríamos, mas temos que entregar o palco, teatro é diferente, né”, disse o baixista da banda, acostumada a tocar em casas de show inderground, como o Espaço Victory, na Penha (bairro da zona leste de São Paulo), que reuniu no último sábado (24), no Insane Festival, nomes do hardcore como Dead Fish, Ratos de Porão e a argentina Boom Boom Kid, além da Garage Fuzz.
Em março do ano passado, a banda havia liberado o EP acústico “Acoustic Session on a Hot Day” para audição em diversas plataformas, dentre elas Spotify, Deezer, Google Play e YouTube. As músicas do EP foram todas gravadas no estúdio PlayRec, em Santos, durante o que a banda diz ter sido “uma das semanas mais quentes do verão de 2017”.
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