Musical e festa em SP celebram o legado deixado pelo quinteto de Guarulhos
Em 1995, cinco garotos de Guarulhos viravam a música brasileira de ponta cabeça. Em uma carreira meteórica os Mamonas Assassinas fizeram história por sua irreverência, conquistando o país através de um escrachado rock’n roll combinado com diversos ritmos e letras bem humoradas. Os mesmos jovens que encantaram, também comoveram pela maneira abrupta que tiveram suas carreiras interrompidas.
O acidente aéreo sobre a Serra da Cantareira que levou para sempre a irreverência dos cinco jovens deixou também uma curiosidade sobre o que os Mamonas Assassinas poderiam ter alcançado caso tivessem tido mais tempo. A carreira da banda durou pouco mais de sete meses, desde o lançamento do disco de estreia homônimo, e em tão pouco tempo os caras venderam mais de 3 milhões de cópias (Disco Diamante) e marcaram para sempre o imaginário dos jovens que viveram na década de 90.
O que muita gente não sabe é como essa história começou. Com uma banda chamada Utopia, formada pelo baterista Sérgio Reoli e o guitarrista Bento Hinoto, os meninos tocavam um rock com letras cabeça e um som que lembrava uma mistura de Legião Urbana e Engenheiros do Havai. O baixista Samuel Reoli, irmão de Sérgio, se juntaria para um show e ficaria para sempre, Dinho e Julio Rasec, o tecladista, se juntariam depois por acaso.
A banda chegou a gravar um disco com a Utopia, que não vendeu nada. Até quando o produtor Rick Bonadio ouviu uma música que eles compuseram “na zuera”, e incentivou os rapazes a continuar por esse estilo. Não só incentivou como disse que só continuaria trabalhando com eles caso todas as músicas fossem com essa veia cômica. Isso moldou o estilo dos caras como o conhecemos hoje, um rock’n’roll com letras paródicas que mistura gêneros musicais populares brasileiros como sertanejo, brega, pagode e samba.
O Musical Mamonas
A essa história você pode assistir no musical “Mamonas”, que está em cartaz no Teatro Raul Cortez, em São Paulo. O espetáculo é em primeiro lugar, uma grande brincadeira com o gênero musical biográfico. Convocados pelo anjo Gabriel para uma importante missão – dar um jeito na caretice que tomou conta da vida dos brasileiros – Bento, Dinho, Júlio, Samuel e Sergio resolvem contar em um musical como conseguiram passar pelo estreito funil do show business: na base da persistência e da corajosa aceitação de suas personalidades um tanto quanto divertidas. O espetáculo traz ao público de maneira despojada e divertida a trajetória da banda desde sua “Utopia”, até a transformação desta na realidade dos “Mamonas Assassinas”, passando por todas as músicas do primeiro e único álbum de estúdio da banda até o apoteótico show no histórico “Thomeuzão” em Guarulhos.
Com direção musical de Miguel Briamonte e coreografias de Vanessa Guillen, o musical traz também músicas de bandas que fizeram a cabeça dos cinco rapazes e marcaram a década de noventa, como Titãs, Legião Urbana, Engenheiros do Hawaii, Guns’n Roses, Rush e ainda reserva espaço para paródias e músicas originais compostas para o espetáculo O Musical Mamonas.
Tiger Robocop :: Especial 20 Anos sem Mamonas Assassinas
Mas, se você vai ficar em São Paulo no feriado, e quer badalar em uma festa anos 90 que toque Robocop Gay, Pelados em Santos e afins, a opção é a festa Tiger Robocop que, neste sábado (26), promoverá um especial Mamonas, no Lab Club, inferninho localizado na Rua Augusta.
A ideia é fazer um set especial tocando o CD dos Mamonas Assassinas na íntegra e na mesma ordem que você está acostumado a ouvir. Tudo isso com vídeos no telão para relembrar momentos históricos da banda. “Na verdade, é pra comemorar o sucesso da banda e o fenômeno que eles foram. Afinal, 20 anos depois, todo mundo ainda lembra de todas as letras com saudade”, disse João Pedro Ramos, um dos idealizadores da festa. “Já fizemos um especial sobre os Mamonas uma vez, em outra casa em que a festa rolava. Resolvemos repetir no Lab Club, onde temos telões na pista que deixam a ‘experiência’ de voltar aos anos 90 ainda mais completa”, acrescenta.
A festa Tiger Robocop começou em 2011, mas, segundo Pedro, a ideia já existia faz um tempo, pois já havia muitas festas focadas em anos 80 e as pessoas que viveram infância e adolescência na década de 90 estavam precisando de um evento que as fizessem relembrar seus momentos juvenis. “Começamos no Dynamite Pub, com 100 pessoas, e a partir daí foi crescendo…”, comentou Pedro.
Mais informações sobre a festa aqui.
Da redação