[Por Cristiano Junta]
Apocalypse, girl é o quinto álbum da cantora norueguesa Jenny Hval, e terceiro de sua carreira solo. O disco tem se destacado na imprensa alternativa internacional com seu som slow-jazz, experimental e letras que cavam fundo em interrogações existenciais e políticas. Foi nomeado em fevereiro para concorrer entre 12 discos ao prêmio de “Nordic Album of the Year!” da Phonofile Nordic Music Prize, e ficou em 8° lugar no raking da revista 405 e da Impose Magazine.
Meu encontro com Jenny aconteceu enquanto eu cavava na lista dos 50 melhores discos de 2015 feita pelo site Pitchtfork. “Apocalypse, girl” parece como o 42° melhor álbum de 2015 segundo a crítica da revista eletrônica. Bem, não é um bom raking, mas o que me chamou a atenção para Jenny Hval foi o que a jornalista do Pitchfork, Hazel Cills, afirma sobre o disco: “Acima de tudo, “Apocalypse, girl” é um tratado composto obscuramente sobre ter um corpo como um tipo de estado peculiar, com Hval envolvendo suas questões duradouras, questões sobre sexualidade e política em um instrumental slow-jazz minimalista”.
O disco de Jenny me tocou e parece algo mais do que “um tratado obscuro” sobre questões política e de gênero. Basta ouvir a musica “That Battle is Over” pra ver que coisa funciona muito bem.
“That Battle is Over” me impressionou pelo som e pela letra. A voz de Jenny Hval, meio sussurrante com um timbre puro, caiu magicamente bem no background difuso e “orgânico” da música. E eu adorei quando ela fala: “Estatísticas e jornais me dizem que eu sou infeliz e estou morrendo, que eu preciso de um homem e um filho para me preencher, que eu tenho uma maior tendência de ter câncer de mama. E isso é a biologia, é minha própria culpa, é uma punição divina a desobediente.”
Com o que ele arremata com uma ironia afiada, “a guerra acabou. Nossa mães suavemente sussurram: nós estamos no fim da história.” O jeito com que Jenny coloca a coisa é bastante diferente de um “tratado obscuro” ou um discurso político chato e vazio. Pelo contrário, ela fala num to pessoal e franco aquilo que muitos/as de nós sabemos sobre as coisas que “a sociedade martela na nossa cabeça”: uma receita de felicidade que simplesmente não funciona pra ninguém.
A própria Jenny comentou no site Genius a letra dessa música: “era muito importante escrever essa música como um tipo de paródia” com todas as vozes que ela não concorda, e ainda sim continuam a “stuck in my head”.
Na mesma veia de crítica social e acertando em cheios temas caros da política de gênero, agora com um som mais experimental a música “Take Care of Yourself” abre com irônica enxurrada de questionamentos:
“O que é tomar conta de si mesma? Receber um salário? Ser uma senhorita? Estar casada? Ficar grávida? Lutar pela visibilidade em seu mercado? Realizar o seu potencial? Ser saudável, estar limpinha, não deixar se fazer de tola, não machucar a si mesma? Estar depilada em todos os lugares certos?”
As ressonâncias desse “apocalipse, garotas” (e garotos), até quando? Acompanhe Jenny Hval em seu website: http://jennyhval.com/ eu já não tenho mais o que dizer.
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