[Por Natasha Ramos]
A estadunidense Colleen Green, natural da pequena Dunstable, no Massachusetts, desembarcou no Brasil para uma série de shows em terras tropicais, que começou em Curitiba, no último sábado (14), passou por Brasília (15), chega em São Paulo amanhã (19) e segue para o Rio de Janeiro nesta esta sexta (20).
Colleen leva na bagagem três discos, Milo Goes to Compton (2011), Sock it to Me (2013) e I Want to Grow Up, lançado em fevereiro deste ano. Neste último álbum, intitulado segundo o disco da banda de punk rock americana Descendents (I Don’t Wanna Grow Up – 1985), Green captou em termos bem reais e humanos o terror existencial de que tudo na vida é fútil e que nossas vidas nunca vão significar muito. Isso não é pouca coisa.
A moça leva jeito pra essa coisa de compor. Segundo a Pitchfork, enquanto os Ramones nos ensinaram que precisávamos saber tocar apenas alguns poucos acordes para fazer um sem número de perfeitas canções pop, muitas bandas que seguiram esse modelo ao pé da letra não tinham ouvido para os ganchos, estrutura musical, etc. que os Ramones tinham. A Colleen tem.
Os responsáveis pela vinda da moça a terras tupiniquins são os caras da Terry Crew, mix de selo, núcleo de produção e comunidade cultural, cujo trabalho consiste em produzir todo o material áudio/visual que uma banda precisa, desde fitas, camisetas, capas, videoclipes até fotos, logos, cartazes e teasers.
Trocamos uma ideia rápida com Emil Stresser, fundador do selo e integrante da banda Subburbia, de Curitiba, que irá tocar antes do show da Colleen na apresentação da moça em Sampa. Confira!
Palco Alternativo: O Terry Crew que está trazendo a Colleen Green para tocar no Brasil. Como rolou isso? Vocês tem contato direto com ela?
Emil: A Colleen Green é amiga de um conhecido meu, o Free Weed. Ele também tem um selo de fita K7, na California. Quando a gente falou de ele vir para o Brasil, ele falou que a Colleen também queria e, no final das contas, acabamos lançando uma K7 com músicas inéditas da Colleen e rolou de ela vir pro Brasil divulgar esse material. Foi o destino.
Palco: Vocês do Terry Crew acompanham o trabalho da Colleen desde o primeiro disco?
Emil: Nah, foi uma paixão tardia. A gente conheceu ela através do Free Weed, eles lançaram discos no mesmo dia e fizeram um show de lançamento conjunto. Depois disso, ela não sai do meu iPod. Ela me disse que o [disco] I Want To Grow Up foi gravado num estudio foda e tals, os caras do Jeff The Brotherhood tocam no disco também.
Palco: Além dos Ramones, em quais fontes vocês acham que a moça bebe? De qual mistura resulta Colleen Green na opinião da Terry Crew?
Emil: A Terry se identifica com ela porque a gente curte de Chris Brown a Weezer e de Veruca Salt a TLC. Acho que no fundo ela é influenciada por todo tipo de musica pop. Assim como a gente ela não tem preconceito com nenhum estilo musical.
Palco: Vocês vão lançar uma fita com bsides + um cover ao vivo que a Colleen fez da Kesha, certo? Fale mais sobre esse material e lançamento. Esses shows são para o lançamento desse material? Onde é possível adquirir?
Emil: Sim, rolou de ser uma edição especial para o Brasil. São musicas exclusivas, nunca lançadas. Na real, vai ser a nossa primeira distribuição internacional. Essas fitas vão parar em algumas lojas gringas, pra gente é bem massa. Você pode pedir por email: theterrycrew@gmail.com
Palco: A Subburbia também abriu o show da Colleen na primeira apresentação dela por aqui, no último sábado (14), em Curitiba. Como foi o show?
Emil: Acho q todo mundo que a vê tocando ao vivo se impressiona, porque, à princípio, pode parecer tão simples, mas tem uma sensibilidade nas músicas e no jeito que ela canta que é impressionante.
Palco: Fale sobre como vai ser o show da Subburbia aqui em São Paulo na abertura da Collen. Vocês estão com material novo? Qual o atual momento da banda?
Emil: Bom, a gente está sempre tocando música nova porque enjoamos das antigas. Os shows são sempre bem chapados num geral, é tipo a nossa mistura de dance/metal/rap/pop que acaba trazendo essa vibe. Estamos mexendo numas músicas faz um ano quase, porque a gente quer tudo perfeito, é o nosso Rumors (disco classico do Fleetwood Mac que demorou anos pra sair por causa da produção). ::
Colleen Green em São Paulo + Subburbia + Michael Jaspion
Quando: 19 de novembro, quinta, a partir das 23h
Onde: Neu Club – Rua Dona Germaine Burchard, 421
Quanto: R$ 25