Por Marcela Lima
Nesta sexta e sábado (4 e 5 de outubro), o Sesc Pompéia rcebeu um dos músicos mais consagrados da história do punk rock. Bob Mould, ex-líder da clássica banda Hüsker Dü, Sugar e atualmente em turnê de seu décimo disco da carreira solo, Silver Age (2012), lotou a choperia do local em uma apresentação nostálgica e que não deixou nada a desejar.

Em plena forma, o músico cinquentão, em sua primeira passagem pelo Brasil, entregou a seus fãs uma performance impecável, ao lado de seus companheiros, o baixista Jason Narducy e o baterista Jon Wurster. Quem esperava apenas por músicas da sua carreira solo, se impressionou com a quantidade de sons de suas duas bandas anteriores que foram tocadas.

“The Act We Act”, passando por “Changes”, “A Good Idea”, “Helpless” e “Hoover Dam” foram tocadas diretas e retas, sem parar. E quando você pensava que ele tocaria algumas das músicas de sua carreira solo, ele vinha com mais um som das antigas, como a “Makes No Sense At All”, do Hüsker Dü.

Ouvir “If I Can’t Change Your Mind” (Sugar) e “Could You Be The One” (Hüsker Dü) foi como levar uma dose de adrenalina direto no coração. Simplesmente não deixou a desejar em absolutamente nenhum som, e eu senti que tinha dado play na minha lista de músicas favoritas em high definition. Da carreira solo, Bob mandou “The Descent”, “No Reservation e “Steam of Hercules”.



Após se despedir do público, o músico voltou três vezes ao palco, a pedido de seus fãs. Ao término, após cerca de 1h30 de show e com a sensação de dever cumprido, Bob ainda recebeu os fãs, distribuiu autógrafos e tirou fotos.


Histórico
Bob Mould ficou conhecido por sua primeira banda, a Hüsker Dü, formada no início dos anos 80, em meio a vários grupos de punk hardcore. O trio não tardou a se destacar pela qualidade de suas composições — curtas e aceleradas, mas melódicas e sensíveis. Um dos mais celebrados nomes do rock independente, a Hüsker Dü acabou gravando dois discos pela Warner antes de implodir em 1988.
Logo depois, em 1992, ele formou a Sugar, cujo primeiro disco completo, “Copper Blue”, foi eleito o álbum do ano pela NME. A banda não durou muito e, em 1996, Mould iniciou o segundo período de sua carreira solo (o primeiro foi entre o término da Hüsker Dü e o início da Sugar), com a qual contabiliza dez álbuns lançados. Prolífico, o músico ainda se aventurou pelas letras ao lançar, em 2011, sua autobiografia, intitulada “See a little light: the trail of rage and melody”.
>>Leia mais:
Jonathan Richman, o trovador moderno