Projeto de música eletrônica do baterista Iggor Cavalera e Laima Leyton tocará no Rock in Rio
[Por Natasha Ramos]
O projeto de música eletrônica Mixhell, formado pelo ex-Sepultura e atual baterista da Cavalera Conspiracy, Iggor Cavalera, e por sua esposa Laima Leyton, começou de forma despretensiosa, em meados de 2004. Aos poucos, o trabalho atrás das pick-ups foi ganhando força no cenário nacional e internacional. As performances mesclam live e DJset, assemelhando-se aos ritmos brasileiros pela sonoridade que contagia e faz as pessoas se mexerem.
“O Mixhell aconteceu naturalmente de minha vontade de pesquisar músicas diferentes e buscar novos desafios. Apesar de ser um estilo diferente, esse projeto dá sequência a todas as minhas pesquisas musicais, assim como com o Sepultura em que, constantemente, buscava referências no Hip Hop, na música indígena, entre outros”, explica Iggor Cavalera ao Almanaque.
A partir de 2007, eles começaram a ser convidados para tocar em turnês pela Europa, América do Norte, Ásia e América do Sul. “Começamos com a intenção de discotecar e nos divertir nas festas de amigos. Aos poucos os convites para turnês e remixes foram surgindo e fomos levando cada vez mais a sério”, conta Iggor.
A dupla, então, iniciou produções próprias e, para os trabalhos de estúdio, contam, desde 2006, com a participação do produtor Max Blum. Em 2009, a Mixhell lançou seu CD début, homônimo, com um mix de músicas próprias e de outros artistas da cena eletrônica mundial. “Este é um CD exclusivo no Brasil, o que nos deixa muito felizes por termos tido a oportunidade de fazê-lo. O que mais gostamos nele é que as músicas são atemporais”, conta Iggor.
A maioria das faixas são produções próprias ou remixadas por eles, ou que remixaram para um amigo (como o Houratron) ou para uma gravadora (caso do remix do From Monument to Masse, do selo Dim Mak, do DJ Steve Aoki). Há também remixes de músicas de Maluca e Diplo (“Il Tigeraso”), Crookers, NASA e outros.
A Mixhell já tem um segundo álbum em vista, em fase de composição e edição que deve ser lançado pelo selo Boys Noize na Alemanha, em 2012.
“O mais bacana da música eletrônica é a troca, é poder refazer, remixar algo que alguém já fez. Isso acontece constantemente, acho que raramente uma track é feita sem a participação de outro músico. Mesmo antes de lançar as músicas, os DJs já as tocam ao vivo para experimentar. Isso é bem diferente do rock”, conta Iggor.
Depois de sua recente turnê pela Europa, onde eles tocaram nos festivais Paredes de Coura, em Portugal, e Mystery Land, na Holanda, a dupla é uma das atrações do Rock in Rio. Iggor já participou de outras edições do festival carioca, com a banda Sepultura, e da edição espanhola do Rock in Rio, com a Mixhell, dividindo o palco com o Boys Noize.
“Desta vez, vamos fazer algo muito especial, que será um show dividido com o Buraka Som Sistema, de Portugal/Angola, e vamos fazer versões de nossas músicas exclusivas para esse show”, diz.