Disco: Sticky Fingers – Rolling Stones
Ano: 1971
Designer: Craig Braun
Conceito e Imagem: Andy Warhol
O que uma calça jeans apertada pode esconder? No caso dos Rolling Stones, a resposta seria um boom de hits como Brown Sugar, Wild Horses, Sister Morphin, Dead Roses, entre outros. Ao menos, isso é o que a capa do nono disco de estúdio da banda, Sticky Fingers, nos sugere.
Lançado em 1971, o disco traz uma capa ousada – indecente, para muitos, especialmente para as mães e pais dos adolescentes norte-americanos nos anos 70 -, assinada por ninguém menos do que Andy Wharol. Essa história começou quando Jagger e Wharol se encontraram em uma festa em Nova York e o artista pop sugeriu a Jagger que a capa do próximo disco da banda tivesse um zíper.
Com o aval do roqueiro, Wharol criou uma embalagem diferente para o vinil – uns diriam até interativa – que combinasse com a ousadia da banda. O resultado foi uma capa com um zíper de verdade, que se aberto, dava espaço a uma cueca de algodão.
O problema é que no manuseio do dia a dia, as lojas reclamaram que o “abir o zíper” acabava arranhando os discos. A solução para amenizar os estragos – e não jogar fora a criatividade do ícone pop – foi abrir mais o zíper, que foi para no meio da capa.
A foto da capa sempre teve uma áurea misteriosa. De quem era a virilha, escondendo uma protuberância logo ali à direita? Para muitos, era o próprio Mick Jagger. Negativo. O modelo é Joe Dallesandro, um dos preferidos de Wharol, e foi fotografado por Billy Name. O designer da capa, Craig Braun, costumava brincar com Wharol. “Eu sei que você fez o cara brincar com o p**** antes de fotografar”.
O álbum, que serviu de inspiração para a capa de Like a Prayer (1989), de Madonna, também traz, pela primeira vez, o ‘tongue and lip design’, desenhado por John Pasche. Baseada na boca – nada pequena – de mr. Jagger, a ilustração se tornaria símbolo-chave dos Stones.
Entre os achados na web, está uma carta de Mick Jagger dando as coordenadas a Wharol sobre a capa do disco. Alguns diriam que é o briefing perfeito. Sobre o final do segundo parágrafo da simpática carta, fica a pergunta: qual tera sido a resposta de Wharol?
A carta original está exposta no “The Warhol Museum” em Pittsburg (EUA).