Por Natasha Ramos
Eles ganharam um festival e as portas se abriram para os Rockassetes. A partir de então, começaram a tocar em diversos lugares e a mostrar seu rock sessentista misturado a nuances de guitar bands dos anos 90. Além de Beatles, The Who é outra forte influência dos caras, basta ouvir “Desinteresse”, para nos remetermos a “My Generation”.
Depois de tocarem em todo o canto de sua cidade natal, os aracajuanos resolveram se mudar para São Paulo para conseguir mais espaço na mídia e novos lugares para se apresentarem.
Após ouvir o som dos caras, o Palco Alternativo foi atrás do vocalista e guitarrista Bruno Mattos para contar um pouco mais sobre a história da banda. Confira o Raio-x dos Rockassetes.
Integrantes
Os Rockassetes são Bruno Mattos (vocalista/guitarrista), João Mello (contra-baixo), Leo Mattos (baterista/vocais), Rafael Costello (guitarrista).
“João Mello já havia tocado em outras bandas de Aracajú, Rafael veio de uma banda chamada Plástico Lunar, já eu e meu irmão [Leo] começamos na Rockassetes”, conta Bruno Mattos ao Palco Alternativo.
Início
A banda começou em 2000, com os irmãos Leo e Bruno Mattos, e mais um amigo, que formavam uma banda só de guitarras e bateria. “Não tínhamos baixista, ainda não conhecíamos o João”, conta. “A banda estava meio que no princípio, mas não estávamos fazendo apresentações até tocarmos no festival”.
O festival que ele se referiu foi um concurso estudantil estadual de composições próprias chamado “Novo Canto”, no qual ganharam o primeiro lugar, no mesmo ano em que formaram a banda. Depois disso, as coisas deslancharam e os Rockassetes começaram a fazer vários shows em diversas casas noturnas de Aracajú.
“Então, decidimos nos mudar para São Paulo, pois achamos que tínhamos atingido um limite de público e de locais para nos apresentarmos lá em Sergipe. Foi quando viemos para São Paulo, há dois anos, para ampliar o trabalho da banda”.
Bruno e seu irmão Leo conheceram o baixista João através do primeiro guitarrista do Rockassetes. “Já o Rafael entrou para a banda quando já estávamos em São Paulo”, comentou.
Nome e Influências
Antes de serem os Rockassetes, eles eram os Eloqüentes, nome com o qual participaram do festival “Novo Canto”, mas decidiram mudar por não se identificarem tanto.
“Não lembro exatamente como escolhemos o novo nome, mas lembro de acharmos legal juntar as palavras “rock” com “fita cassete”. Gostamos da sonoridade e achamos que tinha a ver com a proposta da banda, que remete a coisas retrô, anos 60 e 70”, explica Bruno.
Como o Bruno já disse, os Rockassetes tem influência de muitas coisas dos anos 60, como Tropicália e Mutantes, além de, claro, Beatles. Mas eles não se prendem apenas a bandas daquela década. Também, curtem coisas mais atuais como Weezer e Teenage Funclub.
“Outra influência que acompanhou sempre a gente, mesmo não sendo rock, é a bossa nova, mais em relação à composição das letras”.
Shows
Os Rockassetes costumam se apresentar em casas noturnas de São Paulo e de outros estados, e em festivais independentes.
“Aqui em São Paulo, já tocamos em lugares como o clube Inferno, Outs e Vegas (localizadas na Rua Augusta), na Funhouse (Rua Bela Cintra), e Stúdio SP (Vila Madalena). Fora de São Paulo, fizemos uma turnê pelo nordeste no começo de 2007, onde passamos por Recife, João Pessoa, Aracajú, Salvador e Natal. E, em outubro de 2006, fizemos uma turnê pelo centro oeste, onde tocamos em Brasília e Goiânia. No sul, tocamos em Curitiba, Londrina e Maringá”, conta Bruno.
“Já nos festivais, participamos do Mada 2007, em Natal; do No Capricho, realizado pela revista Capricho e a Tramavirtual, em São Paulo; do Calango, em Cuiabá; e da Demo Sul, em Londrina. Participamos também do programa MTV Banda Antes”, acrescenta.
Músicas
O primeiro álbum da banda, lançado em fevereiro de 2008, soa basicamente como uma banda de guitarras com pitadas de rock sessentistas como a já citada Beatles, Jovem Guarda e muita coisa de guitar bands dos anos 90. O nome é Sobre Garotas, Discos e o Tênis Vermelho e tem 14 faixas. Além desse trabalho, a banda possui um EP, Sistema Nervoso, e o single As Flechas.
“As letras das músicas do Rockassetes possuem “temas bastante subjetivos, gostamos de usar analogias, como na música pipa. Gostamos de brincar com as palavras. Têm também letras mais diretas, que falam sobre sentimentos tanto passional como angústias”, diz Bruno.
Para os interessados, os trabalhos dos caras são vendidos durante os shows, diretamente com eles. Também poderão ser encontrados em lojas específicas que trabalhem com CDs de bandas independentes, e através do site rockassetes.mus.br, e do site da tramavirtual.